16 janeiro, 2024

Uma tarde com dor de cabeça


 







Quanto tempo consigo suportar este caso de desamor com a Sra. Neuralgia?

Lá fora, movimentos coreográfados  imitam a vida, enquanto aqui dentro, o austríaco Strauss ecoa. séculos depois. Ele codificou matematicamente suas sinapses musicais para serem reproduzidas com fidelidade anacrônica.
Ainda estou paralisado pela intensa dor, que permanece sempre presente, tornando-me ausente.

Em uma tarde de andanças mentais, viajo com os ouvidos no século 19, e com os olhos no século 21. Com meus olhos vislumbro pela janela do apartamento um horizonte nunca antes explorado. Nunca havia “ficado” com uma cantora; para mim, ela encanta a cada som, compasso ou amasso. O exercício da sedução me escraviza, engana, e me induz a pensar que a amo.

A cabeça dói, e a massagem não trouxe alívio. A angústia permeia a tarde, neblinando meus sentimentos.

No final somos desprezíveis miríades repletas de proteínas em sintonia com aminoácidos e minerais flutuando no restrito ambiente aquoso, trafegando pelo vácuo sem nos deixar perceber o vazio atraves do qual deslizamos pelo universo cheio de nada.

Nada que nos interessa, e ainda assim, nos emudece.

Tudo é fugaz, inclusive a natureza. Cansada da mesmice, inventa o processo de memorização. Memória nos escraviza visceralmente, sempre ansiando pelo futuro, considerando o passado. No universo, tudo é continuamente criado pelo passado que nunca mais vai existir, e o futuro permanece indeterminado aleatoriamente no longo processo estocástico da vida.

Já aconteceu em algum outro lugar? Obrigado, Einstein, pela relatividade restrita, que me deu esperança de buscar um referencial mais lento, onde  encontraria o meu gêmeo mais velho, tornando-me capaz de me sentir mais jovem…um conceito relativo. Agora, a 9a. Sinfonia me encanta e se mistura na melodia com harmonia extasiante.

Alguém criou essa melodia para alimentar a própria alma e saciar a fome de muitas almas, centenas de anos depois; talvez este seja o único milagre da multiplicação.

A música muda para Unforgettable… OMG! percebo que não passamos de camundongos num laboratório errático em torno de uma massa estelar de quinta grandeza sem rumo, escorregando rumo ao centro da galáxia.

Nessa imensidão, concentramo-nos apenas no pequeno indivíduo, incapazes de ver além. Mesmo com as imagens do James Webb, percebemos frente à beleza cultivada pela mídia dispersiva idolattrando a bunda da Tiazinha,
Mergulhamos na vida sem viver, batendo recordes de morrer em uma cama hospitalar sofisticada, conectada à enfermagem, mas desconectada do simples prazer de viver a plenitude sem fulminar. Sempre Clarice me atropela. Vou parar porque isso é plágio.



07 maio, 2023

Vacilo Fugaz


Em meio ao feriado,
Meu corpo combalido pelo peso do ócio.

Lá fora uma banda retoca jazz.
Sou alvejado por olhar sorrateiro,
num rosto de sorriso genuíno.
Chove dopamina.

Um pouco de vinho com sabor de monotonia,
quebrado pelos primeiros toques sutis.
Avalanche de miotomias,
Meu olfato perfura o neocórtex sem dó.
Nela, os mamilos eriçados evidenciam a hecatombe sensual.

Os corpos vão se experimentando com familiaridade surpreendente.
Quase uma arritmia fulminante.
Ela mia, lambuzada na ocitocina.
Cheiro de vida,
Percepção táctil plena.
Um devaneio.
Sem rodeio.
Com receio.
Do que não veio.
Que sufoco! Louco!
Ela canta.
Me encanta.
Mas vaporiza,
emudece,
e mimetiza.
Não cicatriza...

Quero minha cota de Alzheimer,
para esquecer o que cala,
a lembrança que me embala.

01 outubro, 2021

Tarde pungente








Nem mesmo a conversa descontraída consegue amenizar

a compulsão de um olhar entrelaçado.

O pensamento todo emaranhado.

A boca cobiçando outros lábios,

não disfarça o apego irracional,

numa tarde que escorreu pelos nossos corpos.

O táxi chegou. 

O encontro furtivo se esvai pela ponta dos dedos,

que se afastam levemente.


A hesitante despedida 

nos mantém clandestinos, enviesados, 

retorcidos e embaraçados.

Talvez amedrontados...


16 julho, 2021

CARIMBO ou VACINA ?


 







Em meio a tanta pandemia, e depois de caminhar meus 10.000 metros diários, a passos de tartaruga, quis tomar minha segunda dose de esperança.


Não apenas para ficar imune, mas para ter o sentimento de dever cumprido, de civismo e quaisquer outras "cositas" mais.

Na porta do “Vacineiro” uma jovem toda de branco e voz macia, desejando parecer empática, perguntou de forma simpática:
- Moço?, Pois não?

Ser chamado de moço, na minha idade, foi mais que elogio... Quase nem precisava ser picado novamente para eu sentir vida antes da morte.

De pronto, saquei meu smartphone e exibindo orgulhosamente meu Hiper-certificado super-oficial de vacina, válido em todo território latino-americano, onde a língua pátria seja qualquer outra que não inglês ou espanhol.

Em retribuição recebi uma careta juntamente com um muxoxo bufante...

- Deixa ver se podemos vacinar apresentando “isso”.

Imediatamente a senhora beata que estava no início da fila, sacou indignada um pedaço de papel com tarja verde e de maneira enfática bradava: -É isso aqui! O senhor tem que mostrar isso para carimbar!

De forma humilde agradeci o esclarecimento que poderia ajudar qualquer batráquio entender que fomos lá em busca de uma carimbada,....esquece a vacinada.

Entretanto minha plácida postura beligerante logo questionou o papelzinho do século XIX invadindo o posto de saúde UBS no século XXI .

Expliquei para ela que tem que tirar o “pauzinho” do meio e colocar o “pauzinho” na frente do XX ….. obviamente coisa que ela deveria saber por instinto...hahaha

A enfermeira chefe foi consultada, e de longe pelo balanço horizontal da cabeça abrigando uma dúzia de neurônios, disse que não era possível carimbar a tela do meu celular!!

A senhora do papelzinho teve dois orgasmos simultâneos, como há muito tempo não sentia.

Lá fui eu falar com a “dona” da UBS... Depois de um esforço bestial, todos chegaram ao consenso se eu não tivesse mentindo, se além do certificado pudesse comprovar minha identidade apenas soletrando o número do meu documento de cadastro de pessoa física eu poderia me candidatar à fila para tomar minha segunda picada.

No pensamento perguntei se ela mesmo ia dar a picada, fazendo jus a aparência de jararaca...Mas fiz cara de grato e postura servil... É o que todos funcionários públicos esperam do seu interlocutor.

Entrei na fila indicada pelo pseudo-ofídio, e fui picado.

Tirei foto para que meus filhos não colocassem em dúvida minha idoneidade e liberassem meus abraços.

Já na saída encontro novamente minha amiga beata, à espreita de seu carimbo salvador. Ela me encara com toda a sisudez do mundo e dispara: - O senhor é muito espertinho né?. Fiquei na dúvida a que ela se referia? Esperto para tomar vacina, esperto por não precisar do papelzinho, esperto com X de ex-perto, esperto porque mesmo sem carimbar o papel atestando ter recibo a vacina, eu estava abaixando minha probabilidade de contrair o vírus do convid-19 ou qualquer variante que pudesse causar minha morte, em vida.

Saio cantarolando, percebendo que as pessoas precisavam contrair o vírus de pensar, parar de se tornar imunes ao ato de “pensar”, apenas imitar e “mitar” como nosso "mito" hospitalizado, curando a parte do corpo que ele usa para pensar o futuro da nação.

Fiz minha "selfie" da segunda dose porque é isto que imuniza a manada social.

#Vacina já já
#CarimboNaTesta
#ImunidadeTotal
#SemMáscara
#Vírusdebruço
#Covid

19 maio, 2021

Buliçosa













Nada esmorece este agito.

Que quase me deixa aflito

Flecha Dourada certeira,

Alveja sem intenção.

Vinho, astrologia e desapego.

Casaco esquecido.

Um chamego enrustido.

Desaba, na tarde sem enredo

a noite entulhada de Netflix sem sorvete.

Contágio sem vírus.

Catarse imune.

Sentimento impune,

Me pune,

Nos une.

22 abril, 2021

Desamparo










Quando tudo parecer perdido,

apenas um sussurro no teu ouvido, fará sentido.

Estarei morto sem ter morrido.



07 março, 2021

Reciprocidade é unilateral ?

 










Ingredientes necessários para uma boa relação:

Respeito, confiança, transparência, e amor.

Um é alicerce para o outro.

Adicionar somente de forma natural,

Não invista tempo de vida impondo esta receita em toda relação.

Ao invés de cobrar compulsivamente,

dedique-se a retribuir verdadeiramente, 

para quem faz isso de forma espontânea com você.

Facilita para todos!!

26 fevereiro, 2021

A mina de ouro


O que tem nesta menina
que me alucina

é Cafeína?

é Histamina?

é Feminina? 

é Estamina?


A minha sina.

morrer na esquina,

sem tomar vacina.

é Estricnina.


19 fevereiro, 2021

Ablação renitente







Depois de cutucar meu coração com vara curta,

para consertar o desarranjo na cadência,

e colocar a vida em ritmo.

Com ajuda da ciência,

curar a ferida.

Reconexão indevida.

Removida.


Deu vontade de tomar sorvete no Mirante,

com acompanhante. 

Sabor Amaranto.

Sem querer, 

amar tanto.

Me encanto,

no meu canto.

Acalanto.


14 fevereiro, 2021

Algemas

Uma pequena brasa...e pega fogo.
Logo vira um incêndio.
Depois vem a explosão da coalizão.
Perdição.
Em plena era de aquário, os deuses vacilaram numa maratona divina.
A nossa ninfa é implacável, e nosso consoante é inseparável.
Basta um encontro despretensioso para ignição.
Cheio de tesão.
Sem limitação.
Implacável sedução.
Um sistema binário de Titãs.
Um orbitando ao redor do outro e vice-versa…


Entre pirraças, provocações, desilusões, desentendimentos, disputas, competições, discussões e DRs, tropeços imaturos, selvagens orgasmos, espasmos, risos, sorrisos, cumplicidade, lealdade, amizade, beijos, abraços e amassos, prevalecem os entrelaços.
 
Na física seriam dois prótons ligados pela força nuclear.
Na química seria combustível e comburente.
Se fosse na literatura seria Romeu e Julieta.
Fosse ópera seria Tristão e Isolda, ou até Carmen de Bizet.


Outrora, a bioquímica em união perfeita escravizava o casal de titãs, 
as personalidades irascíveis incitavam a competição destrutiva provocando ocasionais afastamentos compulsórios.


Tem que fazer muita terapia para arrumar essa alergia.
Tem que resgatar muita confiança para superar essa desconfiança.
Tem que ter muita vontade.
Tem que ter muita sanidade para transformar esta vontade.
Tem que ter muito amor para superar este ardor.

27 janeiro, 2021

Transmutaç@o




















Enfossado.

Desocupado.

Afogado.

Combalido.

Engessado,

Mas interessado.

Conversa à deriva,

vai se recheando  de sorrisos,

casos e descasos.

Há indícios de redenção... 

Ainda que o assunto seja relacionamento.

Estou sentado, mas ainda sem um chão.

De medusa a musa.

Entre uma onda e outra,

entre um surfista e o banhista.

Vou falando para preencher o intervalo vazio,

que sempre se instaura nessas horas de pouca sanidade, 

com cheiro de felicidade.

Ela me cativou,

Alvejou,

Desatinou,

Encantou.

Mas volto para casa de carona.

Antes de cair na lona


17 janeiro, 2021

Angústi@

Mesmo quando grito que te amo,

consigo apenas ser teu amo.

Oferecendo vestimenta de coadjuvante 

para protagonista inebriante.


No lençol, rasgado selvagemente, 

fica a fúria evidente desta paixão. 

Respeito tua escolha racional,

uma gratidão sem emoção.


Vida resolvida.

Vida que segue.

Vida que revida.


15 janeiro, 2021

Big Bang emocional

 









A noite penetra minha janela.

Inalo a escuridão apenas para sobreviver.

Lá fora em cada luminária acesa,

a esperança de não deixar anoitecer.

Seguindo a habitual romaria, que enlaça os fatos da vida sem sentido. 

Minha angústia, acolhida pela solidão, causa desamparo.

O coração reclama, acelera, treme, rateia, e até palpita, 

enlouquece os cardiologistas,

refletindo o cotidiano caótico que me assola.


Seu sorriso estanca tudo.

Seu beijo dissolve meu pensamento.

Seu abraço dribla o distanciamento.

Nosso entrelaço corrompe o espaço-tempo. 


Um big-bang emocional.

Um convívio inexorável.

Numa premiada jornada de vida radical.


Mas quem disse que haveria languidez ?

Na terapia tudo é sensatez...





13 dezembro, 2020

Adeuspedida









Ao final, fica apenas, uma sala cheia de ressentimentos espalhados pelo carpete, um sofá desarrumado, meia garrafa de vinho tinto, e um pedaço de pizza frio e desnorteado como a vida.

O essencial segue, em nossos corações, embrulhado num abraço espremido, num beijo enviesado, e perdido entre nossos corpos emaranhados.

Meu coração...literalmente combalido.

09 dezembro, 2020

DESNUDOS









A atração bioquímica é implacável, inegável e inevitável.

Resistiu dezenas de anos... 

A amizade leal e indestrutível, também resistiu.


A musa idealizada é desnudada para dar espaço a mulher sem filtro.

O namorado indolente se transforma em homem plácido e confiante.

Em meio a verdadeiras palavras não ditas, mas pensadas nas entrelinhas, emerge uma nova relação de amor, que pode ser de companheirismo, parceria, 

ou apenas amizade reformulada, fortalecida e genuína.

Entre o meu eu e o teu, fica o meu teu, comigo em você.


O hábito de namorar só no fim de semana, sobrecarrega e sufoca o restante da semana numa indesejável ausência.


Amantes desnudos, sem filtro em busca da plenitude sem aniquilação, 

num futuro sem presente.

Estar para sempre com a essência,

Sem carência,

Só consciência.

Transformação bilateral,

com chamego incondicional.

06 dezembro, 2020

Pizza pressentida

 

Melancolia







Tua tristeza sufoca meu fôlego,

Aniquila nossa resenha.


Voce sem meu abraço, é descompasso.


Eu sem teu rabicho, apenas um bicho.


Nós sem conosco, um enrosco.


27 novembro, 2020

Madrugada








Prefiro meu corpo contorcido em convulsão, 

minha mente apavorada, boca retorcida, 

pele em carne viva e alma excomungada,

à fantasia de imaginar:


Os caminhos e descaminhos das tuas entranhas, 

percorridos por outras mãos,

Teus prazeres insuflados por outras bocas,

Tua alegria infiltrada por outro alguém, 

Um esbaforir de felicidade clandestina sem mim.


Que medos profundos me açoitam,

Que olhares roubam o meu viver

Que preces alimentam a minha fé

Você sem eu…


E ainda nem amanheceu...

20 novembro, 2020

Tes0uros Profundos


Um salto inadivertido 

Um mergulho em minhas profundas aguas turvas

Faço contato

Parece um baú cheio de falsos tesouros:

Um colar cheio de insegurança,

Um relógio com medo de frustração,

Um spray contra rejeição,

Uma pulseira com pavor de manipulação.


Mais no fundo vislumbro uma sereia 

fazendo anoitecer nos abissais.

e apressando o contato

no ato

sofrer para fortalecer

amar para viver

meu nucleo está trincado, 

adulterado,

remendado. 

Agora são apenas cicatrizes


Volto a tona e me livro do baú.

mergulho revelador

exorcismo atroz

Me liberta e me guia

Para além da hesitação.

Inquietude aplacada,

Falta de coragem afogada.



13 novembro, 2020

Chegada da Partida








Desperto estraçalhado. Faltando um pedaço...

Era você que já havia se levantado para viver.

Fico amedrontado,

Mas prevalece a coragem dos que não tem nada a perder.

Saio alquebrado, e sem destino,

Com dor e desatino.

Temendo amar tanto assim.

Fica um beijo confiscado em lábios selados.

Um abraço solto.

Um amor de perdição.

Um desarranjo sem muro,

Sem perspectiva no meu futuro.

Viceras expostas.

Morte em vida,

Minha alma banida.

15 outubro, 2020

Após sentado







Outrora eu sonhava...

Agora todos os dias são marasmo.

Cheio de notícias repetidas, 

e antigos protagonistas.

Mesclados na cadência de um eterno desajuste.

O mundo em catarse pandêmica me contamina.

Marte, parado me espera, enquanto ela se afasta

E se despede injuriada.

Sem consenso, sem lenço.

Isolamento social.

Agora distanciamento emocional.

Sem abraço, com orgulho, sem complacência.

O trem está partindo...também o meu coração.

Sai em busca de alento para nutrir os buracos da alma.

Sem futuro, em cima do muro,

Em catarse, eu coágulo...


07 junho, 2020

Despedida

Quando a melancolia é única esperança,
sonolência é sinal de vitalidade,
Sobrevivência é rotina.
O estado não governa e só brinca no picadeiro.

Pessoas entorpecidas de corantes, aromatizantes, 
conservantes ou conservadores.
Anarquistas disfarçados de ativistas.
Ativista dissimulados de politizados.
A única coisa que resta é polarização.
Chicote na população,
Bolinação sem sexo,
Sexo sem amor,
Amor sem calor,
Ardor sem frescor,
Frescor sem valor,
Tudo desamor.

Alguns morrem de fome.
Outros de excesso de alimento entupindo as veias.
Enquanto alguns morrem com vírus
Outros morrem em vida, 
viralizando uma catarse perene.

Depois de toda jornada, 
sobra apenas a carcaça em descompasso, descontrolado.
No leito, descansa entubada a sobrevivente retorcida pela vida,
que teima em continuar por um suspiro.
Mas segue feliz, por não ter mais a obrigação de viver o amanhã,
e confiscar a atenção dos afogados na insensatez.
Nós, que equivocadamente continuamos inertes, esperamos nossa vez.
.
Um pouco de sanidade, sempre nas lembranças. 
Amor nos tempos da pandemia.

O Sistema mantém o contemporâneo desprezo pelo humano, 
a meritocracia pelo desumano.
A mão que açoita forte durante a vida,
quer acalentar sem piedade no momento da morte,
apenas para aplacar a culpa de quem continua vivendo.
Um derradeiro Golpe de Mestre.
Sem compaixão de acomodar na UTI.
Na caminhada final tratamento VIP com morfina,
sem desconforto. 
(de quem?)
Um suspiro. 

Um aborto de quem já estava morto.

Pax