26 fevereiro, 2021

A mina de ouro


O que tem nesta menina
que me alucina

é Cafeína?

é Histamina?

é Feminina? 

é Estamina?


A minha sina.

morrer na esquina,

sem tomar vacina.

é Estricnina.


19 fevereiro, 2021

Ablação renitente







Depois de cutucar meu coração com vara curta,

para consertar o desarranjo na cadência,

e colocar a vida em ritmo.

Com ajuda da ciência,

curar a ferida.

Reconexão indevida.

Removida.


Deu vontade de tomar sorvete no Mirante,

com acompanhante. 

Sabor Amaranto.

Sem querer, 

amar tanto.

Me encanto,

no meu canto.

Acalanto.


14 fevereiro, 2021

Algemas

Uma pequena brasa...e pega fogo.
Logo vira um incêndio.
Depois vem a explosão da coalizão.
Perdição.
Em plena era de aquário, os deuses vacilaram numa maratona divina.
A nossa ninfa é implacável, e nosso consoante é inseparável.
Basta um encontro despretensioso para ignição.
Cheio de tesão.
Sem limitação.
Implacável sedução.
Um sistema binário de Titãs.
Um orbitando ao redor do outro e vice-versa…


Entre pirraças, provocações, desilusões, desentendimentos, disputas, competições, discussões e DRs, tropeços imaturos, selvagens orgasmos, espasmos, risos, sorrisos, cumplicidade, lealdade, amizade, beijos, abraços e amassos, prevalecem os entrelaços.
 
Na física seriam dois prótons ligados pela força nuclear.
Na química seria combustível e comburente.
Se fosse na literatura seria Romeu e Julieta.
Fosse ópera seria Tristão e Isolda, ou até Carmen de Bizet.


Outrora, a bioquímica em união perfeita escravizava o casal de titãs, 
as personalidades irascíveis incitavam a competição destrutiva provocando ocasionais afastamentos compulsórios.


Tem que fazer muita terapia para arrumar essa alergia.
Tem que resgatar muita confiança para superar essa desconfiança.
Tem que ter muita vontade.
Tem que ter muita sanidade para transformar esta vontade.
Tem que ter muito amor para superar este ardor.