30 dezembro, 2015

Encontros Clandestinos

Gostaria de ter dito para ela ficar um pouco mais.
Cade a desenvoltura, o jogo de cintura?
Tudo desnorteado pela implosão tegmental.

Um enxame de gente desorientada pelo chuvisco,
Despencando pela escada-rolante,
Esfolando alma que não tenho.
Paralisia na catarse, congelando o tempo.
Novo roteiro, com gosto de passado sufocado.
Assustado, permaneço desconfortavelmente feliz.
Atormentado por sentimentos clandestinos…
Diante deste olhar pertubador.
Com pupilas dilatadas, sorrindo sem parar.
Avalanche de pensamentos libidinosos.
Inicio de uma viagem sem mala, nem passaporte.
Percorrendo artérias, oxigenando vida agonizante.

Voltei meu olhar para resgata-la ainda no horizonte.
Aflita, ela já tinha se mesclado na multidão caótica.

Fico só com a vontade de ter ficado para sempre.
Como nada é eterno,
Melhor ficar interinamente, só até a próxima encarnação.
Inquietude desestabilizada pela existência além do cotidiano.
Um lento perambular.
Vou encarar?