30 dezembro, 2015

Encontros Clandestinos

Gostaria de ter dito para ela ficar um pouco mais.
Cade a desenvoltura, o jogo de cintura?
Tudo desnorteado pela implosão tegmental.

Um enxame de gente desorientada pelo chuvisco,
Despencando pela escada-rolante,
Esfolando alma que não tenho.
Paralisia na catarse, congelando o tempo.
Novo roteiro, com gosto de passado sufocado.
Assustado, permaneço desconfortavelmente feliz.
Atormentado por sentimentos clandestinos…
Diante deste olhar pertubador.
Com pupilas dilatadas, sorrindo sem parar.
Avalanche de pensamentos libidinosos.
Inicio de uma viagem sem mala, nem passaporte.
Percorrendo artérias, oxigenando vida agonizante.

Voltei meu olhar para resgata-la ainda no horizonte.
Aflita, ela já tinha se mesclado na multidão caótica.

Fico só com a vontade de ter ficado para sempre.
Como nada é eterno,
Melhor ficar interinamente, só até a próxima encarnação.
Inquietude desestabilizada pela existência além do cotidiano.
Um lento perambular.
Vou encarar?

23 setembro, 2015

Tiquinho de gente



Visita aguardada sem cerimonia.
Porta entreaberta, sala invadida por um sorriso meigo, pedindo permissão para se entrosar.
De cara ela pergunta sobre a semente de feijão, flutua inquieta pela sala.
Os olhos cintilam com estranheza quando se deparam com um cockpit no meio da sala.
Mesmo sem resposta, dispara então a segunda pergunta: Posso dirigir um pouquinho?
Ficamos entretidos entre curvas, aceleradas, trocas de marcha e freadas calculadas.
Tudo executado com a pericia de neofito com fome de viver tudo.

E com toda maturidade que uma menina de 6 anos possui,
ela se levanta decidida, e me indaga sobre o proximo 'exercicio'.
Pega a caixa com feijão recem-inchado e algodão úmido,
como se fosse um prematuro no berçário, ou um bilhete premiado.
Chega à porta, pára e volta sem ninguem pedir.
Se inclina, beija minha testa.
Ato espontaneo, carinhoso, caloroso.
Ficamos enternecidos compulsóriamente,
e concordamos que ela voltará antes do aniversário de 7 anos.
Ainda sem respirar, atonito com que houvera,
Afogado naquele beijo
Aceno para aluna que me ensina a viver.

20 setembro, 2015

Passa...tempo entre olhares

Um olhar flutua repleto de desejo entre olhares saciados.
Ela também me olha...ou me encara com desprezo e convicção de que bastaria correr para se livrar do assedio de lobo mau, das minhas garras envelhecidas morosas e preguiçosas, porem famintas de tecido conjuntivo rígido e debutante.
Nem a truculência do meu olhar perverso, cheio de maldade 'boa', consegue mobiliza-la.
Ela já esta imobilizada pela vida...

Mais tarde, fui comprar um pouco de felicidade temporária.
Mas nem a sala escura sustentou as pálpebras abertas, cheias de falta de vontade.
Me surpreendo com alguem sentado ao lado, na montanha russa existencial.
Espero que não encene um grito apavorado, como orgasmo fabricado.
Mas que pegue na mão apertado e mostre no rosto um sorriso esbanjado.

Lufadas de vento me lambendo, vão resfriando minha carcaça oxidada.
Minhas ideias se espalham caóticas, como poeira de grãos cósmicos.
Dançando sem trégua em torno de um buraco negro,
Num cansativo ritual de sobrevivencia, quase sempre imortal.
Só a morte nos liberta da implacável vida, que autoritária, nos escraviza a viver.
Temos que ser no plural.
Temo ser no plural, apenas parte de uma manada.
Que nada...

15 julho, 2015

Sex@genario.com

Quase 22.000 dias de vida.
Sinais de fadiga no metatarso e na derme.
A sístole hipnotiza a diástole em alta.
O pulso firme mas lento.
Olhar atento. Ainda tento.
Convulsões sinapticas aceleradas, e amadurecidas.
Instinto emocional perambulando pelo jardim de infancia.
O tempo fluindo por entre dedos sem anéis.
Sexo sem amor, espreita a morte sem dor.

31 maio, 2015

As...salto

Para aí! mô..ermão...
Recolhe teu punhal!
Não ameace roubar minhas cicatrizes
Saí de casa sem estoque de abraço, sonho, sorriso, ou gargalhada...
Só tenho dinheiro, que não serve para comprar uma vida forjada...
Não se rouba o desejo de inventar o cotidiano, 
fazendo garganta sangrar a vontade de viver.
Nem com uma faca gelada.
Nem com bala prateada.
Nem com crise fantasiada. 
Não mata em mim, a tua vida.

03 março, 2015

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17 janeiro, 2015

Cosmanidade

Manada de bestas teimosas, sempre em oposição à crescente entropia*,
Organizando no universo, aquilo deve ser caótico por natureza.

Aumenta o preço, a pobreza, o terrorismo, a futilidade, o aluguel,
o seio, a mentira, a distancia, a criminalidade.
Diminui salário e  Entropia.
coisas do capitalismo e de gente civilizada....

A jornalista perspicaz interrompe verborreia passional sobre Marte,
e questiona a disseminação da ética na colonização espacial.
Semear uma "cosmanidade" melhor?
Não sei porque, minto dizendo sim.
Não menciono o atávico estelionato moral escondido na bagagem inter-estelar.
Contrabando osmótico do "não-ético sem fronteiras".
Migração sem mitigação.
E lá se foi o homem conquistar o espaço...lá se foi.

(*) goo.gl/ISWvQy

05 janeiro, 2015

Amorxonado

AMOR:     conforto de viver uma mentira verdadeira,
PAIXÃO:  fulminação de sentir uma verdade mentirosa.

01 janeiro, 2015

Indolencia regulamentada

Culto a processos burocráticos
Sem iniciativa
com medo de ser alguem
pensamento ortodoxo
Ato politicamente irresponsável
Manada de autômatos desinteligentes
Despreparados
Prontos para imitar sem questionar
rir sem entender a piada