10 junho, 2019

Ad n.aeternum

Corpos emaranhados entre almofadas desbotadas,
Desarrumadas pela vida clandestina.
A penumbra amarelada pela luz combalida da madrugada,
o sexo casual está vazando um pouco de amor consensual.
Os desencontros do passado são exorcizados no presente,
com risadas de cumplicidade, alegres e furtivas.
Nossos corpos desalinhados pelo tempo, desgastados pela vida,
vão se enveredando pelas entranhas, agora estranhas.
Formas que a mão esquece, mas que a mente relembra.
Tempo que avança e trai a lembrança do
sentimento que não envelhece, apenas empalidece.
Aquece, reaquece e não se esquece.
Um pouco de paz, no caos de lucidez organizada.
Resiliência impaciente...plenitude sem fulminação.