30 junho, 2006

28 junho, 2006

Mude!

Mude, mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade.
Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa.
Mais tarde, mude de mesa.Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua.
Depois, mude de caminho, ande por outras ruas,calmamente, observando com atenção os lugares por onde você passa.
Tome outros ônibus.Mude por uns tempos o estilo das roupas.
Dê os seus sapatos velhos.Procure andar descalço alguns dias.
Tire uma tarde inteira para passear livremente na praia,ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos.
Veja o mundo de outras perspectivas.Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda.
Durma no outro lado da cama...depois, procure dormir em outras camas.
Assista a outros programas de tv, compre outros jornais...leia outros livros, viva outros romances.
Não faça do hábito um estilo de vida.
Ame a novidade.
Durma mais tarde.Durma mais cedo.
Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua.Corrija a postura.
Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes, novostemperos, novas cores, novas delícias.
Tente o novo todo dia.
O novo lado, o novo método, o novo sabor, o novo jeito,o novo prazer, o novo amor, a nova vida.
Tente.
Busque novos amigos.Tente novos amores.Faça novas relações.
Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes, tomeoutro tipo de bebida, compre pão em outra padaria.Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa.
Escolha outro mercado...outra marca de sabonete,outro creme dental...tome banho em novos horários.
Use canetas de outras cores.Vá passear em outros lugares.
Ame muito, cada vez mais,de modos diferentes.
Troque de bolsa,de carteira,de malas,troque de carro,compre novos óculos,escreva outras poesias.Jogue os velhos relógios,quebre delicadamenteesses horrorosos despertadores.Abra conta em outro banco.
Vá a outros cinemas,outros cabeleireiros,outros teatros,visite novos museus.
Mude.
Lembre-se de que a Vida é uma só.
E pense seriamente em arrumar um outro emprego,uma nova ocupação,um trabalho mais light,mais prazeroso,mais digno,mais humano.
Se você não encontrar razões para ser livre,invente-as.
Seja criativo.
E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa,longa, se possível sem destino.
Experimente coisas novas.
Troque novamente.Mude, de novo.
Experimente outra vez.
Você certamente conhecerá coisas melhorese coisas piores do que as já conhecidas,mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança,o movimento,o dinamismo,a energia.
Só o que está morto não muda !
Repito por pura alegria de viver: a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não vale a pena!!!!

Edson Marques

26 junho, 2006

Jogo

Vamos decidir nos penaltis
O analfabetismo
A falta de energia
A votação do senado
Os rumos da nação
E tudo que empata

Vamos decidir nos pênaltis
As armas do embate
O pleito eleitoral
As jogadas do futebol.

Vamos privatizar os sonhos
Banir de vez nossas paixões
Exorcizar os demônios
Num grito de liberdade
E não de gol.

[Silvio Valentin Liorbano]

Ouça: [ 56kb ] - necessário Windows Media
(Interpretação livre de Antônio Abujamra)

24 junho, 2006

Pirotecnia Emotiva: tom da Copa

Diante de tanta euforia pré-fabricada, quem precisa de jogo? O país se tinge de verde-e-amarelo numa infinidade de produtos baratos dias antes, a mídia entra numa histeria antecipatória e num blablablá que insufla a certeza do favoritismo, o imaginário de todos está inflado de imagens de glória, de heroísmo, de futebol-arte... Com toda essa parafernália emotiva já armada, não há futebol que possa corresponder às expectativas.
E futebol, lembremos, é aquele esporte de certa forma modorrento, em que nada acontece por minutos a fio, exceto a troca de passes, o detalhe de um lance habilidoso, em que ficamos em compasso de espera, aguardando o imprevisível. Claro que o futebol também é, como nenhum outro esporte, uma usina de espetáculo, quando a genialidade de um craque consegue emergir, quando a alegria de um jogador é tão genuína que parece um poema, quando os torcedores expressam aquele amor irracional e ruidoso pelo time.
Mas é que nos aproximamos dos jogos em si, aqueles 90 minutos que decidem nossa sorte e nosso azar, exauridos de tanta emoção prévia que vai se instilando. Poucos de nós, os espectadores comuns, não escalados para pensar o futebol, não-especialistas, vão para a frente da televisão assistir a uma partida de futebol com os olhos bem abertos.
Não à toa que, entra Copa, sai Copa, Galvão Bueno está lá, firme e forte.
Ele é o homem da pirotecnia emocional (para quem, mesmo? Nós, a audiência? O meio? A mensagem?), do destempero (para o bem e para o mal), das bolas cantadas. Há sempre o equilíbrio do Falcão e a simpatia (ainda que, depois de rusgas, um tanto mais contida) de Casagrande para contrabalançar o exagero, mas não há destreza verbal nem sobriedade que consigam deter a enxurrada emotiva de Galvão.
E a Globo escalou novamente os coadjuvantes Pedro Bial e grupo Olodum para ajudar a construir esse clima quase sufocante de animação compulsória. O Olodum, que "anima a galera" no Pelourinho, exibe aquele brasilidade feroz, que não admite réplicas, enquanto nosso Chacrinha bossa nova, Bial, comete crônicas sentimentais em cima das impressionantes imagens das câmeras exclusivas. Haja coração. Ou paciência.

Antes de começar a Copa, esta coluna expressou o temor de que o massacre
midiático pudesse recriar o ritual do "sacrifício de Ronaldo", torcendo para
estar errada. Pelo jeito, não estava. Que droga!
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biabramo.tv@ uol.com.br

15 junho, 2006

Windsurf & Ilhabela














Era feliz e não sabia !!

12 junho, 2006

E.T.s existem!!

Ele chegou sem que eu me desse conta.
Sorrateiro e preciso com olhar mecânico e perdido no horizonte, desandou a falar.
Ele queria uma explicação:
Por que os seres humanos ficam tão furiosos, gritam, brigam, se agridem, berram e mostram os dentes quando estão vendo uma inocente brincadeira chamada “jogo de futebol”?
(Eles não poderiam apenas apreciar e externar seu descontentamento mais civilizadamente?)
Ficam tão indignados que utilizam cornetas que imitam os mamutes pré-históricos numa sinfonia de urros sem fim. As vezes lembram chipanzés no cio.

No caso deste pais, especificamente, ele disse ter visto mais uma genuína exibição de vocação símia, quando um caronista acenava compulsivamente a bordo de uma cápsula de vôo, propulsionada por potentes fogos de artifício.

Ainda atônito, o ET considerava uma façanha, o uso persistente do corpo, durante séculos, para execução de tarefas para as quais ele não foi projetado. Este é talvez o único indício de sermos superiores e muito perseverantes, a ponto de induzir uma realidade virtual que deforma o corpo de duas maneiras diferentes:

• uma expansão desmedida, através do excesso de ingestão, chegando a beira da explosão.
• uma paralisia catártica, através de anorexia compulsoriamente induzida, que culmina com inatividade permanente.

Enquanto eu olho com estranheza meu interlocutor, ele emite a prova cabal de sua identidade extraterrena, dizendo que certamente ele não pertencer a esta corja de espécie humana!

Tento dissimuladamente tirar uma foto, com o celular, e penso em voz alta:

O disfarce é perfeito, mas nosso inimigo não é tão inteligente quanto supomos, pois ele não consegue discernir a diferença entre um ato ufanista alegre e legítimo de uma verdadeira mostra de irritação coletiva!

Agora que ele foi embora, vou olhar mais detalhadamente a foto e me deparo com minha fotografia!
Eu sei o que aconteceu. Eles têm o "poder" de transformar a foto deles em uma foto do próprio fotógrafo....

[mlfb]

08 junho, 2006

Conversando com pessoas

As pessoas normais discutem fatos,
As pessoas sábias compartilham idéias.
As mediocres falam sobre a vida alheia...

[mlfb]

04 junho, 2006

H2O VIVA

"O que te escrevo não tem começo: é uma continuação.
Das palavras deste canto que é meu e teu,
evola-se um halo que transcende as frases..."

Clarice Lispector

Corrente pra frente

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Animação premiada em 1o. lugar no
Festival de Desenho Animado
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