26 julho, 2012

Aniversário

Hoje sou mais uma transição.
O Sol já se enfadou dos meus amanheceres.
Tenho filhos, amigos, amores, inimigos e dissabores.
Todos cúmplices em nossa tournée espacial compulsória.
Deslizamos, aprisionados nesta rocha,
uma capitania hereditária na terceira órbita solar.
Quem sabe um vôo suborbital subverta o destino.
Viajar é preciso.
Viver não é preciso.

Um presente chega em dez dias.
De para-quedas e retro-foguetes.
Aterrissando muita Curiosidade, na quarta rocha do sistema solar.

No meu corpo marcado pelas coreografias de imitação da vida,
persiste a rebeldia inquieta e arredia à mesmice do cotidiano.
Mais aprendizado.
Mais um ano.

17 julho, 2012

Fome de aprendiz

Só aprendiz,
morre faminto de felicidade.
Com tanta cidade, para ser feliz.
Sereno ao relento.
O pensamento atina por um triz.
Atento no meu alento.
Eu tento.

15 julho, 2012

Para entender o BÓSON DE HIGGS

O assunto tem sido destaque na mídia e na conversa até da molecada.
Entretanto este complexo conceito só pode ser entendido, de forma simples, através de uma interessante analogia:

Primeiro é preciso entender que o LHC-Cern não passa de uma pista de corrida de prótons com maquina fotográfica gigante (ATLAS) para registrar as inúmeras colisões caóticas.

Depois temos que nos imaginar gigantes enormes (estrelas maiores que o Sol), querendo aprender sobre um pequeníssimo objeto metálico conhecido com carro de F1.
A nosso modelo padrão seria composto de algumas peças chaves (chassi, roda, direção e motor) comprovadamente encontradas em situações de baixa energia...baixa velocidade. Entretanto uma estrela cientista chamada Kiggs propôs a existência de um elemento fundamental que da energia a todas as peças, que foi batizado de combustível de Kiggs ou partícula do demônio !!!!
Então os Estrelas-cientistas construíram uma pista de corridas para F1 e promovem colisões a cada meia hora que são fotografada e analisadas para comprovação do Modelo Padrão das Estrelas cientistas.
Comparando MILHARES de fotos vemos que a distribuição de escombros indica a existência de uma "coisa" que participa da cinética envolvida durante a colisão mas não está presente nas fotografias pós colisão, embora explique a distribuição geométricas dos escombros em relação ao centro de massa. Isto é com se houvesse uma bola de bilhar tão transparente que só podemos perceber sua existência através do desvio causado pela colisão com uma outra bola visível em movimento. 


Portanto sabemos que depois de milhares de experimentos podemos inferir com 98% de certeza que tem um pedaço do carro que é feito de um liquido transparente que não aparece nas fotografias mas que estava dentro do carro no inicio da colisão!!!
Vale a pena consultar este livro: www.atlas.ch/popupbook


07 julho, 2012

Black & White [Anderson X Sonnen]

Daqui a pouco a mais legítima expressão do cotidiano americano sobe ao ringue.
O sonho americano, branco, e semi-instruído; contra o pesadelo latino preto, educado, seguro, e maduro.
Ainda bem que a pesagem é só da massa muscular e ossadura.
Considerar o peso dos neurônios deixaria o americano na categoria peso pena.

Acho que mesmo para um eventual filho bastardo de J. Bush, que não se conforma em ser superado na Coréia, Vietnã, Camboja e Iraque, não vejo motivo para tamanha hostilidade, mesmo sendo alvo dos comentários das americanas, amigas de infância, fazendo chacota com a crença milenar sobre as dimensões do apêndice viril, que considero falsa, descabida, porém dolorida.

Criado na cultura do medo, Sonnen é um vencedor, pois ele poderia estar carregando um fuzil M-15 como franco atirador numa escola no centro-oeste americano, ou vestindo um terno num Banco usurpador.

Fora do ringue ele já perdeu, vamos ver se consegue uma vitória do lado de dentro, pega o dinheiro do prêmio e faz um implante de silicone no cérebro.

Eu, com meu pé na lama, torço para ao menos uma porrada no crânio, na área de Broca, que paralise a fala e todos saem ganhando.

Fica provado que nem sempre uma infância com tecnologia dá resultados melhores do que ser criança com pé na lama.

Às vezes o que afoga o cérebro é o excesso de bolo fecal, que sobe do intestino...


01 julho, 2012

Meia ou Inteira


Tudo indica que o meu calcanho se rendeu ao anti-inflamatório.
Volto a ser um bípede sem rumo.
Já posso correr atrás das raparigas.
Atravessar a rua entre carros descontrolados.
Um pouco de alegria, me deixa triste.
É melhor dor que sangra,
e tira o foco daquela dor mais antiga, escondida.
As vezes o coração vazio contamina a cabeça oca.
Na rotina: o emprego, a trepada, o beijo com a boca.
No hiato: fica difícil achar trabalho, vontade de beijar na boca,
e alguém para ir ao cinema sem ter que escolher o filme.
Por enquanto o viável é me engajar com um personagem do filme novo do Woody Allen.

A moça da bilheteria indaga: - Meia ou inteira?
Peço meia entrada, e logo justifico:
- Esqueci o lado esquerdo do cérebro em casa,
pois nem sempre ele é bom companheiro.
Ela sorri de forma complacente e retruca:
- Entendi, é ingresso para terceira idade.
Balanço a cabeça, esboço resposta,
e percebo que fez falta a metade esquecida.
Também faltou alguém para amparar o ego combalido.
Na próxima vez vou usar Auto-atendimento.
Escamoteia a crise de ingresso na idade preferencial.
E ainda dá tempo de tomar um Fenobarbital.