13 abril, 2011

Dia do Beijo

Ela me convida para jantar.
Barba feita, porque a bochecha dela não suporta arranhões.
Fui pontual para não atrasar a nossa felicidade.
Ela chegou tarde, mas a culpa foi do transito.
Cabelo preso e beijo oficial. 
Tinha pressa e logo fez o seu pedido:
- Não quero mais!  Você pode respeitar ?
Surpresa com minha mudez, continua:
- Tenho certeza que podemos ser bons amigos !!! 
Ganhei um despejo no dia que esperava um beijo.
Eu nunca gostei deste momento na relação.
A liberdade me aprisiona no labirinto da ausência de submissão.

Agora podia flertar livremente com a garçonete disponível.
Podia aceitar convites femininos para sair ou ficar.
Podia desistir da felicidade dela.
Podia ser ateu espiritualizado.
Podia assistir qualquer filme.
Podia dirigir como sempre, rápido e tenso.
Podia poder.
Podia querer.
Podia ser solitário.
Podia ser, sem ter horário.
Era REI !!
Podia tudo. Sem limites.
Só uma coisa não podia:
Fazer amor com quem eu queria!
Minúscula restrição,
para tanta emoção.

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