31 março, 2007

ATX -Training





Em quinze minutos estamos no Centro de Treinamento do US Astronauts Hall of Fame.

Uma fria recepção indica que não temos muito espaço para camaradagem, mas a organização do ATX é impecável (badget, coffee, Tshirt, ....)

Somos divididos em 02 teams de 12 pessoas cada.

Recebemos uma introdução à organização de uma missão espacial, com descrição detalhada de cada função. Não só tripulação: comandante, piloto e 05 especialista em missão; mas também a equipe terrestre de controle: diretor de vôo, sistema, manobra, comunicação e relações publicas. Fazemos um tour pelo Museu do Hall of Fame com explicação detalhada feita pelo monitor (candidato a astronauta) Marco, um PhD em engenharia espacial. Vale a pena ressaltar que o astronauta John Young foi o único com experiência em todos os programas: Mercury – lançar no espaço, Gemini – orbitar a Terra, Apollo-Saturn – pousar na Lua, Shuttle – construção de uma estação espacial com um veículo reutilizável, Constellation – base lunar e viagem à Marte.

Voltamos para sala de briefing, mas imediatamente Mr. Bob nos leva para um tour VIP até o Launch Pad 39B onde até o mês passado a Atlantis estava com lançamento previsto para dia 15de março. Infelizmente um raio que atingiu o isolante térmico do tanque externo, obrigou a remoção de volta para o prédio de montagem de veículos (VAB) para reparos no SST 117. Felizmente, porque senão eu não estaria fazendo o Astronaut Training Experience.

Bob conhece tudo sobre a Space Shuttle e tudo sobre os jacarés que habitam o Cape Canaveral.

O ponto alto da excursão é na unidade de montagem da Estação Espacial Internacional, onde podemos ver a poucos metros de distancia o Columbus, Leonardo, Raffaelo, Kibo, Node 2 (Harmony).Fico impressionado pois é uma área com classe de limpeza 100K, com tamanho 40X maior que a fabrica de circuitos integrados da GTE do Brasil que tinha 10k classe de limpeza.

Almoço com o astronauta John Fabian... nem lembro o que comi, mas a conversa foi muito boa, principalmente depois que soubemos que ele foi responsável por colocar 03 satélites de comunicação em órbita. Uma pessoa muito simpática e humilde.

Por fim a parte mais esperada: o Simulador do Orbiter.

Tento a vaga para ser Comandante, Piloto e fico decepcionado por apenas conseguir a função Mission Specialist #2.

A missão simulada é muito bem organizada.

Cada um dos integrantes da equipe tem função: tripulante ou controlador terrestre.

Como numa peça de teatro existe um script a ser seguido pelos atores (trainees), mas com grau de liberdade para os parâmetros de vôo, que são resultado da atuação da equipe em tempo real.

Decolamos e entramos em órbita. Descubro então que a melhor posição na nave ´é ser MS, pois são eles que efetuam as EVA(Atividades Extra-veicular) e não precisam se ocupar das tarefas de pilotagem. Minha atividade em companhia da MS#1 é instalar um painel solar na Estação Espacial atrelada ao Orbiter. Depois do procedimento de despressurização usual, somos suspensos por um equipamento que simula Zero-G.

Para nosso espanto isto dificulta ao invés de facilitar. Instalado o painel voltamos para nave e preparamos os procedimentos de reentrada.

Tudo ocorre bem, a menos no momento final onde a Comandante resolveu questionar o procedimento de Final Approach com o Diretor de Vôo em terra. - Porque tendo vento 330 vamos utilizar a pista 150 ?!?!

Perdemos o alinhamento e pousamos no pântano.

Bem, eu sequer vou comentar a importância da participação das mulheres no programa espacial, mas gostaria de recomendar uma atividade ISVA (Intra-Vehicular Sxl Activity).

Agora resta a colação de grau e voltar para casa correndo o risco de ficar retido na Imigração de GRU pela ANVISA, pois quando um avião fez escala no Panamá posso ter contraído febre amarela.

Nenhum comentário: