Desejos dispersos por corpos abandonados.
Desejos forjados, culpados, inventados.
Saio em busca do meu eu, mas encontro voce.
Jurado de morte, sem proteção, eu morro a cada esquina.
No conflito do homem mau que pratica o bem,
Contra o homem bom que pratica o mal,
não existe expectativa, nem vestígio de vida.
Hoje é feriado.
Uma homenagem ao finado premiado.
Liberado de estar presente agora e também nos dias futuros.
Só morto atinge o nirvana da liberdade.
Livre da escravidão cerebral.
Nem a propria, nem alheia.
Finalmente, uma famigerada enxurrada de sinapses, foi abortada pelos neuronios desligados.
Prazerosas ou desgostosas.
Morte é a natureza enganando a mente, para aliviar o coração.
Descansar para sempre, como manda a reza.
Desmorona toda aquela organizada porção de moleculas, engendrando contra a entropia.
Aquilo que você chama de "eu" e leva o cérebro para passear, feito cão sem dono.
Finda apenas a estrutura funcional teimosa, arrogante e pseudo-pensante.
Os átomos continuam existindo para sempre, mesmo depois do defunto incinerado.
A agua evapora e vai refrescar outros corpos a esmo.
Não chore, porque nada morreu, apenas desestruturou e desaglomerou.
Morrer é estar dispensado da chatice de viver indefinidamente.
Porque ninguém suportaria a vida eterna consigo mesmo.
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