19 setembro, 2011

Jaula

Conforto fugaz na jaula privada móvel,
Aliciada à fila catártica pela neblina.
A procissão em desventura turva a 'rodovida'.
Sem rumo, cumprindo destino.
Esperando o "Nibiru" dar fim a vida especulada,
Esculpida pela mídia controladora, ora descontrolada.
Plano divino de vida após a copa.
Sol que invade a sala sem autorização, instiga vida.
Junto a ele o Jornal da manhã, investiga mortes.
No intervalo vende-se felicidade sem juros, eu juro!
Tem também beleza garantida para o corpo sem cérebro.
E obrigação de ser feliz imitando publicidade de automóvel.
A todo instante um sonho de consumo compulsivo.
Um 'record' a ser superado sempre:
Quem executou o maior apropriação indevida de recursos de terceiros?
Muitos ladrões disputam arduamente com um senador isolado na liderança.
Desligo a TV para 'Te Ver',
E viver minha paz,
Mesmo sem formalidades legais da felicidade compelida.
Respiro o azul mentiroso do céu que se abate sob minha fronte,
Ilusão que esconde a escuridão onipresente do universo.
Vejo o som da planta remexendo a terra.
Ouço a imagem gritante da senilidade no espelho.
Me divirto com as possibilidades reais,
Sem ter que cumprir roteiros 'prêt-à-porter'
Minha vida flui pela reserva ambiental humana,
com muita entropia.
Sem mania,
Nem telepatia,
Amena.
Em cena,
Encena.
Concatena.

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