25 setembro, 2011

O que quero do mundo?

Permissão para ser feliz.
Lembro do JF Kennedy sugerindo o questionamento certo:
O que eu posso fazer pelo mundo?
Vomitar.
Já fiz muita coisa, OK?
Tá bom voce perguntou sobre o futuro...
Mas pra mim só existe o presente continuo.
Preciso de um mundo justo.
Minha justiça não é democrata.
Finjo querer democracia, 
Sem limitantes na liberdade.
Tropeço invasivo.
Um Gandhi digital para sete bilhões de criaturas.
Oitocentos milhões de perfis no Facebook. 
Quando enraivecido,
Melhor acariciar e seduzir, que disseminar veneno. 
Eu te amo.
Não por ti, mas pelo que me podes dar.
Preciso apenas de um coadjuvante afetuoso.
Sorriso falso, no rosto de alma verdadeira.
Para quem procurou o bispo reclamando de pedofilia,
O papa mandou rezar pai-nosso na homilia.
O dólar sobe junto com a ignorância, 
Indolência alimentada pela ganância.

19 setembro, 2011

Jaula

Conforto fugaz na jaula privada móvel,
Aliciada à fila catártica pela neblina.
A procissão em desventura turva a 'rodovida'.
Sem rumo, cumprindo destino.
Esperando o "Nibiru" dar fim a vida especulada,
Esculpida pela mídia controladora, ora descontrolada.
Plano divino de vida após a copa.
Sol que invade a sala sem autorização, instiga vida.
Junto a ele o Jornal da manhã, investiga mortes.
No intervalo vende-se felicidade sem juros, eu juro!
Tem também beleza garantida para o corpo sem cérebro.
E obrigação de ser feliz imitando publicidade de automóvel.
A todo instante um sonho de consumo compulsivo.
Um 'record' a ser superado sempre:
Quem executou o maior apropriação indevida de recursos de terceiros?
Muitos ladrões disputam arduamente com um senador isolado na liderança.
Desligo a TV para 'Te Ver',
E viver minha paz,
Mesmo sem formalidades legais da felicidade compelida.
Respiro o azul mentiroso do céu que se abate sob minha fronte,
Ilusão que esconde a escuridão onipresente do universo.
Vejo o som da planta remexendo a terra.
Ouço a imagem gritante da senilidade no espelho.
Me divirto com as possibilidades reais,
Sem ter que cumprir roteiros 'prêt-à-porter'
Minha vida flui pela reserva ambiental humana,
com muita entropia.
Sem mania,
Nem telepatia,
Amena.
Em cena,
Encena.
Concatena.

11 setembro, 2011

Observador observado


Olhe lá! click, click, click
Olhe aqui !! click, click
Olhe desta vez vai aparecer a barbatana de cauda.
Já não me empolgo mais em fotografar...fico apenas observando.
Começo suspeitar que a função observadora fica se alternando:
Ora conosco, ora com elas nos obrigando sempre a redirecionar a proa.
Uma delas mostra cautelosamente o filhote.
Cara a cara com o predador, disfarçado de turista ecologicamente correto.
Um macho a boreste exibe sua nadadeira de dorso.
Na popa um esguicho sonoro rouba a cena.
Decididamente estamos sendo observados.
No painel do sonar um tradutor de som mostraria:
Filho preste atenção nestes ansiosos bípedes mamíferos empoleirados nesses flutuadores!
Eles costumam atirar flechas de ferro em nosso dorso.
Dói e dilacera.
São minuciosamente ardilosos.
Usam extensores de olhos para disfarçadamente nos observar por dias.
Então quando você se distrai emergindo no meio de uma respirada,  
surge um dardo se entranhando alem de nossas gorduras.
Esquartejam e armazenam, com jubilo de guerreiros vencedores.
Acreditando que ingerir nossa carne,
desenvolve capacidade de viver embaixo d'água.
Coitados...
Não sabem que esta crença nao tem base científica.
Por isso, cuidado quando ficarem te rondando.
Já para baixo!