Conectados como uma manada digital,
disparamos rumo ao desfiladeiro eletronico.
Computadores-servidores aglomerados em fazendas digitais.
Roteadores reencaminhando caoticamente bits de fé,
emoção , ou um pedido de medicamento raro.
Correntes do amor, de dinheiro e até de encontros casuais.
Relacionamento fast-food na Internet,
daquele tipo que caiu na rede é peixe de banda larga.
Amor digital sem conta-gotas, só download torrencial.
Democratiza estupidez e desinformação.
Selva digital repleta de animais convencionais.
Vídeo, imagem, e até pulseira eletronica:
Até almas perdidas, são localizadas no Google.
Sem encontrar a si mesmo,
os exibidos sem camisa e de óculos escuros,
compõe o mosaico de ladrilhos desumanos.
Na memória, 5.000 músicas para ouvir,
sem parar, até a outra geração.
Na agenda 500 endereços desconhecidos.
Resultado: ZERO na busca de amigos na web.
A foto retocada e antiga, vende mentira global e atualizada.
Sem saber ser, segue aprendendo a legitimar a existencia.
Teclando, querendo ser mais que um conglomerado de bits.
Classificado, taggeado, emocionado e com um perfil falso.
Porém verdadeiramente digital.
Um avatar perfeito.
Um conforto no peito.
Uma Second Life superando instinto de vida.
Perpetuando a personalidade digital.
Sinapses transformadas em combinações binárias
Vontades e desejos, virtualmente vivenciados.
Tela plana exibindo em 3D vida primitiva e humana,
transformada em "memes" digitais evoluidos.
Viciados em bits e bites.
Alô!1 Hell0....0101001001010001001000............
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