14 março, 2016

Cappuccino 100 chantili

Ao fim de tudo nada alem de uma tarde de domingo inventada, porque no universo não tem dia de folga, toda hora é de trabalhar interagir e modificar.
Inveja dos que são felizes mesmo sem experimentar felicidade.

Todos brincando de gente ocupada sem nada para fazer,
Apenas desocupados neuróticos de muitos afazeres.
Um alvoroço no café de esquina.
Não há conversa nem para jogar fora...ao fundo toca "Hotel California" para ninguém ouvir.
Fico bebericando, sem vontade, um Cappuccino feito no modo automático pela garçonete que pensava na filha pequena, morando tão longe que a saudade sempre chega cansada.
Uma filha feita às pressas, sem querer, pensando que era amor para sempre. Era só vontade de Delta FosB, um vício compulsório da mente.
Na TV noticias sobre o "Oscar" em Los Angeles  e nada sobre o "João" em Mariana.
Lama que sufoca vidas, alimentando de notícias os passivos espectadores falsamente compadecidos, e fundidos em suas poltronas de couro legítimo.
Enquanto isso, com medo do futuro muita gente fica em cima do muro...
Sem dar conta que vida escorre entre boletos (pagos ou esquecidos), regras, modismos e hábitos sem sentido...
Tudo recheado de chocolate feito com cacau colhido por crianças escravas, candidatas a delinquentes sobreviventes e analfabetas, que dividirão espaço com outras crianças, educadas em escolas forjadoras de homens falsos, ensinando que:
Vida é imitação de canal Telecine,
Para todo smartphone usado existe um novo esperando para ser comprado,
Ecologia é o estudo do influencia do "eco",
Pássaros são concebidos em aviários,
Hamburger é produzido em supermercado,
Existe uma fábrica de dinheiro, onde justos comandam a produção,
Que amor é eterno como no conto de fadas
e produz uma família perfeita como anuncio de carro na TV, percorrendo aquela estrada suave.

Ficam sem saber o que esta acontecendo nas entrelinhas da vida verdadeira...
Mas tudo não passa de uma pequena besteira...
O quantum do Universo das Besteiradas...

Foi um átimo, mas o carinho da morte, deixou sequelas.
Como luz fraca de lamparina amarela e sem força.
Quando os sentidos não terão mais sistema nervoso para impressionar o cérebro, um local onde meras sinapses se transformam em profundas ilusões.
Se amanha não aparecer o Sol fica desde já meu protesto,
Sou viciado em espalhamento fotônico, ilusão que me deixa atônito.
"Let it linger" tocando ao fundo é um rio de melancolia percorrendo a cafeteria.
Quem suporta existencia físico-química, sem ter amor inventado percorrendo sinapses,
Corroídas por momentos de carencia da amídala e área tegmental ventral?
Apenas recompensas fundamentais travestidos de afeto emocional ou sexo animal.
Um hedonismo sem igual...

Como me alertou uma mulher bonita, de olhos azuis lancinantes:
"As vezes é urgente sair da coxia e passear encantado pelo cenário, ainda que falso."



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