10 janeiro, 2016

Festa no meu apê

Ela entrou rapidamente, me ignorou,  e após um rasante na minha testa, pousou na tela da TV .
Se interpôs entre eu e um documentário de aranhas peçonhentas, que estava no ar apenas para preencher o tempo daqueles cuja maior aventura do sábado a noite é se ocupar do controle remoto, já que o auto-controle foi dormir faz tempo.

O que faz uma drosófila subir 16 andares para pousar encima de um aracnídeo?
Seria treinamento com simulação para superar o medo?

Ela pediu para eu desligar a TV.  Obedeci sem hesitação.
Agora, um silencio escuro nos surpreende.

Fingindo ser superior, me levanto com se conseguisse ignorá-la.
Caminho por entre sombras, penso em alguém para mitigar minha solidão.

Da porta do quarto ouço os cupins dando uma festa na estante do escritório.
A festança não chega a incomodar os cupins dormindo na cadeira ao lado.
Lei do silencio, respeitada no mundo dos cupins.

A chuva lembra que a piscina vai estar contaminada com água límpida.

Tudo ao redor vivo, e parado em movimento continuo.
Aumentou a chuva, mas eu continuo o mesmo.
Não precisa chegar o amanhã.
Esta noite pode durar sempre.

Para não dormir sem sono, decido ir à festa no escritório, .
Mesmo sem ser convidado.
É muita cara de pau...
Pronto! Encontrei uma aventura  de alto risco...

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