A fala do Tufão fica entrecortada.
- Ele nunca late! retruca o reclamante,
ao porteiro hesitante.
Um pequeno inquérito predial deduz:
Ela não é a Inês, mas seguiu o mesmo destino.
A eminente situação de óbito faz alvoroço.
Nem interfone, nem celular, nem campainha
consegue ressuscitar a dona do poddle uivante.
Sargento Garcia penetra a residência pela janela.
Depois de muito silencio proclama:
- Nenhum corpo, além de um cão obcecado e
muito contente com o visitante invasor.
Ufa! exclama o zela-dor baratinado,
pensando no corpo encharcado de sangue.
Alguém, induzido pelo caso da pipoca Yoki, que estoura até seus miolos,
pede para vasculhar as malas.
Outro lembra que a derrota de 4X3 pode ter cegado temporariamente a vigilância predial,
dando por "desapercebida" uma fortuita saída.
Mas alguém lembra que ela poderia estar num andar mais abaixo "morta" de carinho nas mãos de um praticante ferrenho da política da boa vizinhança.
Enquanto descia, pelo elevador, em meio a noite silenciosa, ouço uma voz muito parecida dizendo:
- Vem, vem amor. Não fica bisbilhotando o carro da polícia no prédio, que deve ser briga de casal à toa.
Dorme, na boa, que logo eu preciso subir!!
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