Fragmentos de textos interessantes de autores renomados e também de minha autoria, depositados aqui ao invés de entupir a caixa postal dos amigos.
24 abril, 2010
20 abril, 2010
Reflexão nas alturas (pós Earth Day)
- Senhor, ou joga fora ou bebe tudo!
Líquidos a bordo nem pensar…razões de segurança.
Preferi sorver toda aquela água quente num só gole…e passei pelo primeiro pelotão.
A inspectora autoritária manda tirar os sapatos. Pedido que lembra ambiente de alcova.
Outro segurança aponta para a mochila. Abro, tiro o computador, que engancha na minha paciência.
Quase deixo vazar a indignação passageira.
Liberado e enjaulado, sigo a seta para o terminal, que espero não seja nenhum paciente.
Logo vejo Washington, do alto, pela janela que estreita a visão e espreme a mente.
Lembro dos museus.Todos meticulosamente arquitetados.
Curadores impecáveis.
Arte….sómente contemporânea, a outra me aborrece.
Setenta milhões de anos de historia natural, que Darwin sintetiza numa vitrine de vinte passos. Estamos na era do fast-cult.
Alberto Giacometti me persegue com suas esculturas embolotadas, longelineas e encrespadadamente fiéis a realidade.
O pólen empurrado pela ventania faz uma nuvem amarela de "polenuicao", reverenciando a mãe Terra, que veste a mesma grama surrada de todo dia.
Uma galeria de fotos premiadas tem destaque na curadoria.
Negros fazendo entardecer mais cedo, na Angola inglesa, sem legenda: My man!
A cor da pele nos aproxima e logo sou promovido de potencial terrorista a "brother" desbotado.
Dia de despedida. Troquei o zoológico pelo aquário, mas não estava preparado.
Os peixes foram passando e me observando com espanto.
Pude ouvir o mais escamoso dizer que eu parecia um humano interessante, mas tinha ar de cansado e minha luz pulsante acendeu poucas vezes.
O menorzinho retrucou e justificou dizendo que eu estava preso recente nesta jaula , mas breve eu voltaria para minha jaula natal….
Combinaram então, para me ver feliz, que voltariam em piruetas e acrobacias usando rabos e barbatanas.
Fugi. Correndo…voando…mas sei que a velha jaula esta me aguardando…
Ou joga fora ou bebe tudo!
03 abril, 2010
Fluir espaço-tempo
A catarse da velocidade transporta alma, que não tenho.
Meus sonhos viajam na lentidão dos horizontes onde emergem novas vidas.
À margem, pastando livre, o gado suporta a engorda fatal.
Ao volante, ela dirige nossas vidas.
Contamos estórias de amores passados...alguns não resolvidos.
Outro radar tirano nos impõe ritmo mais ameno.
Corpo e carga são obrigados a existir lentamente.
A paisagem penetra a noite pelos caminhos livres.
Sem medo é mais ameno.
Sem culpa parece mais leve.
Ser quem eu imagino ser; incorporado de quem sou.