01 julho, 2007

Relógio na madrugada

Mesmo a escuridão onipresente do universo repleto de vazio
Diariamente dissimulada pela falsa claridade diurna,
Durante o espalhamento frenético da avalanche fotônica,
Iniciada minutos atrás, no interior da coroa solar,
Massa-energia
em convulsão na tênue camada atmosférica,
Nem esta sensação pura de espaço-tempo,
Num eterno compasso de falsa dicotomia,
Nem o abandono na madrugada,
Consegue aniquilar o bem estar
De viver um fugaz momento sem racionalidade.
Acalentando apenas pela descarga do mecanismo físico-químico,
que controla e promove minha existência.
Submisso ao momento cristalizado,
sobrevivo sem seqüelas ao prenuncio do instinto.

Intervalo de frágil existência...
Neste trajeto sempre haverá uma e outra surpresa à espreita,
Por mais longa e infindável que tenha sido a caminhada.

Brilhantes na escuridão do quarto,
os “leds” do relógio denunciam as horas:
05:00

[mlfb]

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