Parecia anos 80, indo para ilha velejar.
Todos juntos, embora separados.
Cintos apertados, joelhos colados.
O velho Jaguar quase flanando por dutos congestionados.
Minhas narinas também constipadas acompanham o fluxo.
São Paulo vai virando lembrança.
Só aparece no retrovisor do motorista,
que evita exibir suas habilidades de piloto.
Teme compartilhar compulsoriamente,
do conteúdo estomacal da passageira quase enjoada
Atrás, os cotovelos se tocam e o rola coxa vai se estreitando
Pois sem radar moralista,
o limite da intimidade é facilmente ultrapassado.
A conversa começa falando dos ausentes,
Troca de rumo e tripudia os presentes.
Na platéia, com maioria esmagadora masculina
Vem a tona, uma torpe analogia sobre pilotar um bólido no simulador,
Ser equivalente a namorar uma selvagem no leito.
Com algumas vantagens para a pista simulada:
Reset imediato frente a um malabarismo mal sucedido...
E a vantagem fundamental: não precisa achar desculpas para brochada...
Passam duas horas, que parecem apenas 30 minutos.
Chegamos!
Agora basta seguir o Manual dos Ritos de Felicidade:
Jacuzzi ao relento.
churrasco opulento,
e lancha ao vento.
Os mais idosos relutam...
Os audazes gritam frases motivadoras:
- A bichona não quer molhar o bacalhau?
Logo, os idosos com brio, acabam cedendo...
Muito euforia, espumantes no copo, fumantes ao fundo,
Tudo, expandindo sem limites, o imaginário coletivo.
Confidências, inferências, fuxicos.
A chuva aperta, e catalisa a libidinagem.
Pés entrelaçados, mas olhos camuflados.
Até que alguém sai cambaleante,
Como se houvera saído de uma luta de MMA,
Bunda a mostra, e a cabeça em maresia.
O corpo desacostumado a relaxar,
Pede arrego,
Pede repouso,
Finalmente, eu ouso.
Procuro uma Casa de Repouso...
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