A vida descansa na pressa da morte.
Dilacerando aversões descabidas,
nas tardes de domingo,
Regurgitando a semana lambujada de gritos contidos,
Reverberando no silencio enclausurado.
O tempo que aprisiona o sopro de vida,
numa caixa existencial desnutrida e pretensiosa.
O batuque cardiaco interrompe a morte a cada batida
O entorno tangível fica desprezível, quando a mente tem musica, arte e poesia.
Fico embalado no sorriso, que mastiga as lagrimas de volta as origens,
apenas para chorar novamente.
Antagonista do meu querer,
nunca pesquei,
nunca fui a um estádio,
nunca surubei,
nunca saí da gaveta,
nunca passei fome,
nunca morri,
vontades abortadas,
causas abotoadas.
Interlocutores batráquios,
Conversas em monólogo.
Contagem de curtidas acima de 90.000,
nos garante privilégios.
Refeições preenchem os tempos desocupados,
Esperanças nutrem estômagos vazios.
E quem não tem caviar, come bottarga*
transforma a vida amarga em doce e falsificada.
Trocamos a procrastinação, pela predestinação.
Conversas vazias me afogam de sabedoria
Vontades se foram, ficaram apenas rituais.
Somos todos uns boçais!
Cultivando doenças com remédios que não curam, mas reajustam.
O Ministério da Saúde adverte:
A vida não tem cura, então endoideça na sanidade.
O sedentarismo incapacita as mentes
E o planeta das "besteiradas" vai rodando...
Despencando no vazio,
Repleto de bestas iradas...
(*) Produzida a partir de ovas de tainha salgadas e desidratadas, a bottarga é uma iguaria milenar muito apreciada e valorizada na Europa e na Ásia, sendo conhecida como o “Caviar do Mediterrâneo.
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